quinta-feira, 28 de julho de 2011

Fallen angel of the night 2

Capitulo 1

Planejar ser uma pessoa normal em um colégio era uma coisa, ser uma pessoa normal em um colégio era outra coisa totalmente diferente. Como um anjo das sombras paranormal iria ir á um colégio sem chamar atenção?

Era segunda-feira, eu iria voltar para minha escola estúpida. Primeiro dia de aula e já estava arrependida de ter prometido á Dimitre de ir para o colégio. É claro que ele iria também para o colégio, isso me trazia um pouco de tranqüilidade. Mas, rever Jenny não era uma das coisas que eu pretenderia fazer hoje.

Levantei-me lentamente, ainda sonolenta. Vesti uma calça jeans cinza, um suéter roxo de manga comprida e decote em forma de V. Lavei meu rosto, e admirei-me no espelho. Eu ainda estava bagunçada. Penteei meus cabelos castanhos, escovei os dentes, passei lápis de olho preto e um pouco de pó para disfarçar as olheiras, o sinal do meu mal dormido.

Todos estavam prontos: Sam, Dimitre, Becca e Meredith estavam realmente bonitos.

- Bom dia – Cantarolou Becca alegremente – Vamos logo?

- Isso não vai dar certo – Murmurei.

- Pare de ser pessimista, Kath! – Becca riu.

- Alex melhorou? – Perguntei.

- Sim, melhorou muito. Mas, ele não vai para o colégio hoje. Assim como Cassie e Shami. Elas vão ficar para cuidar da casa e dele, sabe, a Shami se deu muito bem com a Cassie.

- Vamos logo, não quero chegar atrasado ao colégio – Sam disse calmamente.

Peguei minha bolsa transversal e meu caderno, e carrancuda andei até o carro de Dimitre.

- Ah! Vai ser legal! – Becca disse em uma tentativa fracassada de me animar.

- O que? – Eu disse sarcasticamente – Tem certeza que estamos falando da mesma escola?

Dimitre deu um risinho debochado olhando para mim. Dei língua, e voltei com minha cara emburrada.

Avistei minha escola, Dimitre estava procurando uma vaga para estacionar o enorme carro dele. Meredith e Sam foram para a aula de ciências, Becca pra educação física, Dimitre para história e eu fiquei com biologia.

Entrei na sala de aula, o professor ainda não havia chegado.

- Onde você esteve esse tempo todo? – Pamela Kather disse irritada. Ela era minha amiga intima quando eu era humana. O cabelo tingido de tom alaranjado estava mais claro e bonito, olhos pretos e pele bronzeada em tom havaiano.

- Hã? – Eu perguntei confusa. Reparei no garoto ao lado dela, meu amigo Jean. Os cabelos loiros dele se destacavam na pele branca, como os olhos verdes dele.

- Ficamos preocupadas com você! – Exclamou ela – Soubemos da morte da sua mãe, fomos até visitar você. Mas quando chegamos lá não havia ninguém. Ligamos para você. Ninguém sabia onde você estava. Jenny ficou até vitoriosa depois que você saiu! Ou melhor, nos abandonou! Lilian, Kelly e Rose também ficaram morrendo de preocupação com você.

- Pam, não seja tão grossa com ela. Ela deve estar abalada com os acontecimentos – Jean disse calmo, depois falou envergonhado para mim – Oi K.

- Olá Jean – Eu disse para ele, depois me virei para Pam: - Desculpe-me por não ligar para vocês, fui uma péssima amiga mesmo. Mas eu voltei.

- Tudo bem – Pam disse – Vamos sentar, a professora vai pirar se nos encontrar em pé.

Talvez, Dimitre tenha razão. Eu precise mesmo ficar um tempo na escola, nem me preocupei em dar satisfações a meus parentes insuportáveis e meus amigos.

- Então? Como foi o tempo que... – Eu comecei.

- Hey! Você não nos falou aonde foi este tempo todo! – Pam lembrou.

- Bom dia! Sem conversas na minha aula, tudo bem? Abram na página 199, por favor! – A professora de biologia entrou na sala de aula sem eu ter reparado.

Escapei dessa. Ainda, pelo menos. Pam me lançou um olhar de ‘’depois-nos-falamos’’ e se virou para o quadro onde a professora explicava um conteúdo desconhecido e chato.

Meu olhar vagou pela sala, localizando amigos ( ou inimigos) antigos. Jenny e seu grupo de amigas não estavam. Amélia e Marina estavam lá também, elas eram do jornal da escola. Nenhuma fofoca passava por elas sem ser notada.

O sinal do recreio bateu, e com um susto eu percebi que a segunda aula já havia acabado. E lá estava Dimitre na porta. Ele estava com um olhar sombrio e alarmante. Apontou para o corredor, juntou as mãos enrolou os dois polegares deixando os dedos para fora, como duas asas.

De inicio eu não percebi o que era depois arregalei os olhos, incrédula. Ele assentiu.

- Vamos para o intervalo, Kath! – Pam chamou alegremente, provavelmente não percebendo o conflito que se passava ali.

Jean estava ao lado dela, ele franziu a testa confuso.

- Você não quer passar o intervalo com a gente?- Ele perguntou intrigado.

Eu hesitei. Olhei para Dimitre, ele não estava mais na porta. Ele teria ido lutar, com certeza. Olhei para minhas mãos, eu estava trêmula.

- Kath? – Pam perguntou meio magoada.

- Er... Eu preciso ir ali antes – Eu falei. – Esperem aqui. Eu não demoro.

Levantei-me, deixando-os com expressões confusas no rosto. Corri entre os alunos, procurando algo de sobrenatural por ali. Onde fora Dimitre?

Eu não conseguia pressentir anjos, como os outros. Isso era muito irritante, a única vez que eu pressenti foi na floresta com Shami e Meredith, em uma das vezes que quase morri.

Parei a tempo de não tombar com uma garota alta de cabelos loiros tingidos e olhos de cobra: Jenny Parkin, Gabbe e Luíza.

- Vai á algum lugar, apressadinha? – Ela perguntou, puxando um coro de risos das duas amigas idiotas dela.

Eu não seria interrompida por Jenny, não hoje, não agora.

- Saia da minha frente – Disse com o maior autocontrole possível.

- Vai fazer o que, exatamente se eu não sair? Chamar a diretorzinha? – Ela perguntou debochada.

Empurrei-a de leve. Ou pelo menos, achei que empurrei de leve, ela caiu um metro para trás.

- Isso é o bastante? – Perguntei correndo para o pátio, olhei de relance para trás, as amigas de Jenny ajudavam ela a se levantar, as duas tão perplexas quanto Jenny.

Às vezes me esquecia que tinha força suficiente para matar uma humana. Mas, isso não me importava precisava achar Dimitre.

Então, foi ai que vi. Dimitre, Becca e Sam estavam todos suados.

- Já? – Eu perguntei franzindo a testa. – Onde esta a Meredith?

- Chegou atrasada. Quando quiser diversão, chegue mais cedo – Sam sorriu – Meredith esta impedindo os alunos de vierem até aqui.

- Credo! – Becca disse, mirando-se no vidro da porta – Estou horrível.

- Passem em casa e tomem um banho – Eu sugeri – Ninguém vai perceber se vocês saírem umas horinhas...

- Boa sugestão – Dimitre disse, olhando a blusa chamuscada.

- Eram quantos? – Eu perguntei.

- Dois anjos do bem – Dimitre disse calmo.

- Anjo das sombras – Eu o corrigi.

- Não, anjos do bem mesmo – Sam disse, depois acrescentou: – Nós sempre dissemos que anjos do bem e anjos da sombra, são frutos do mesmo pé. Os dois são muito egoístas, Kath.

- É que ainda não me acostumei – Dei um sorrisinho tímido – Vocês vão para casa, se arrumam, e voltam rápido ok?

- Tudo bem – Dimitre disse.

- Você demorou – Becca reparou, enquanto eu os acompanhava até o carro – O que a impediu de chegar cedo aqui?

- Ah – Eu hesitei, culpada e envergonhada – Pam e Jean queriam que ficasse com eles no intervalo. E Jenny, uma garota insuportável da minha serie, ela me impediu e eu...

- Quase matou ela? – Becca sugeriu divertida.

- Não! – Protestei.

- Kath! Não podemos chamar atenção! – Sam disse seriamente.

- Ah, mas atenção que a Kath chama, só se ela botar uma melancia na cabeça e sair dançando pelo pátio – Meredith apareceu derrepente perto do carro, matando todos de susto.

- Por falar em ‘’Chamar atenção’’... – Sussurrou Becca debochada.

- Obrigada por seus comentários sarcásticos, Becca. Mas, não estou interessada em ouvi-los – Meredith disse friamente.

- Eu não disse para você ouvir. Vamos gente – Becca falou irritada, entrando no carro.

- Vão para casa? – Meredith perguntou para Sam.

- Sim, precisamos nos arrumar – Ele disse, mirando as próprias roupas desgastadas com a luta.

- Ah! – Ela disse alegre – Que bom que não lutei, foi fácil impedir os alunos de vierem para aqui.

- O que você fez? – Eu perguntei curiosa.

- Explodi o cano do bebedouro, todos saíram bem molhadinhos... – Ela disse dando gargalhadas.

Capitulo 2

Eu estava errada, quase toda escola percebeu o sumiço de Dimitre, Becca e Sam. Mesmo depois de um ano, Dimitre ainda era muito popular (mesmo não fazendo esforço para conseguir isso) e alvo de varias fofocas, e agora eu e ele éramos o ‘’casalzinho’’ da escola. Pelo menos todos evitavam falar do nosso namoro na nossa frente.

Cheguei á sala de aula com Meredith, nossa terceira aula era de geometria, avistei Pam e Jean, sentei-me ao lado deles com Meredith.

- Oi! – Eu disse torcendo para eles responderem.

- Olá, Kath – Jean disse alegremente, mas Pamela lançou um olhar frio, e ele logo ficou quieto.

Meredith fitou os dois confusos, depois revirou os olhos, entendendo a situação.

- Vocês vão me ignorar? É isso? – Eu perguntei perplexa – Eu apenas fui...

Eu apenas fui salvar meu namorado e meus amigos anjos! Ah, e por acaso Pam, esqueci de te dizer! Eu sou um anjo das sombras – Pensei sarcástica.

- Se você não pode confiar em mim nem para isso... Eu não sei que tipo de amizade é a nossa – Pam disse magoada.

- Jean? Você não vai... – Eu disse.

- Desculpe-me – Ele se virou para frente, a aula de geometria começara.

- Droga! Inferno! – Murmurei.

Meredith discretamente, me entregou um papelzinho. Eu abri e li:

‘‘Vai fazer o que a respeito disso? ‘‘

A letra dela era bem bonita, fininha e redonda. Então respondi:

‘‘ Contar a verdade esta fora de questão... Não é? ‘‘

Ela deu um sorrisinho, e começou a escrever outro:

‘’ Só se quiser que lhe prendessem em um hospício. Alem do mais, quem iria acreditar? Só você mostrando a eles, Opa! Não era para eu dar essa idéia. ‘’

Eu abafei um risinho. Era impressionante, como á alguns meses atrás, a gente brigava, hoje estávamos trocando bilhetinhos na aula de Geometria!

‘’ Nunca faria isto. Mas até lá eu consigo fazê-los mudar de idéia. ‘’ – Escrevi, devolvendo o pedaço de papel para ela, o professor explicava alguma coisa lá na frente.

‘’ Até lá você já tem um bom plano. Reparei que você é bem popular aqui, mas não sei por que odeia este colégio tanto! ‘’ – Ela respondeu, me entregando de novo.

‘’ Ah. ‘’ – Comecei a escrever. Mas eu não sabia a resposta. A verdade, é que sempre fui bastante popular, mas nunca quis ser. Mesmo com todo mundo presente, eu estava só. É complicado – ‘’ É que eu nunca gostei muito das pessoas daqui, eu tinha um grupinho aqui na escola... Fora eles eu sempre estive só,‘’ Escrevi.

‘’ Agora você não esta mais sozinha, não é? Você, Dimitre, Shami, Alex, Sam, Cassie, Becca e eu. Todos unidos. ‘’ Ela escreveu, mas depois rabiscou e escreveu de novo e escreveu uma nova frase: ‘’ Oh, meu Deus! Não diga a Becca que eu disse isso‘’

Dei uma risadinha ‘’ Vocês duas são muito cabeças dura! ‘’ – Escrevi rapidamente.

‘’ Vamos parar por agora, não quero que o professor nos mate.

P.S: O que eu disse sobre não dizer aquilo a Becca é verdade‘’

Meredith ficou extremamente quieta a aula toda, então eu resolvi deixá-la prestar atenção na aula. Mas o conteúdo era tão fácil e tedioso que se pudesse, teria dormido ali mesmo.

- Como foi seu primeiro dia de aula? - Eu perguntei á Dimitre, quando caminhávamos para o carro dele.

- Muito chato, eu já dei aquele assunto antigamente... Aposto que fecho todas as provas – Ele sorriu.

- ‘’Não podemos chamar atenção, Kath’’ – Repeti á frase que ele tanto me dissera.

Ele deu um sorriso perfeito. Eu corei levemente. Olhei para o pátio, estava cheio de estudantes. Pam e Jean não estavam. Meu estomago revirou ao lembrar da minha ‘’briga’’ com eles. Lá estava varias meninas no cantinho do banco fofocando e olhando toda hora para mim e Dimitre.

- Vou procurar Becca, Sam e Meredith, eles estão demorando demais – Ele disse sorrindo.

- Concordo plenamente. Vou esperar passear um pouco – Eu disse.

Caminhei pelos estudantes. Jenny Parkinson e suas duas amigas estavam em um canto e começaram a rir quando entrei no corredor, dei o meu melhor olhar de cobra para elas, que logo se calaram.

O time de futebol americano estava em um canto, reconheci Maison Dooks, um idiota que dava em cima de todas as garotas bonitas do colégio, ele me deu uma piscadela quando passei. Revirei os olhos, e avistei em um canto, Kelly Button, Lilian Baldwin, Rose Hudson e Pam num banco conversando.

Lilian pulou do banco quando me viu, se jogou e deu um abraço caloroso. Seus cabelos ruivos de dar inveja estavam escovado e preso em um rabo-de-cavalo. Kelly, com seu tom de pele chocolate, estava com cabelos cacheados que combinavam perfeitamente com seus olhos verdes esmeralda.

- Kath! Bem vinda de volta querida! Sentimos muitas saudades de você – Lilian disse alegremente.

- Oi, Lili. Também tive saudade de vocês – Sorri.

- Onde você esteve esse tempo todo? Pensamos que nunca voltaria! – Rose disse, jogando seus cabelos loiros e cacheados para trás, e arregalando seus olhos azuis.

Essa era minha chance de contar alguma mentira para abafar o caso.

- Eu viajei. Depois que minha mãe faleceu, fui para Paris. Lá é tão perfeito, deu para esquecer as circunstâncias – Eu disse tão confiante, que quase acreditei na mentira. Eu já tinha ido para Paris uma vez, então seria muito fácil mentir, ainda mais com minha habilidade para escapar de problemas.

- Serio? – A voz de Pam falou normalmente, esquecendo a briga.

- Umas amigas minha, visitaram Paris. Elas disseram que lá tinha vários pontos turísticos, e aquela paisagem... É o local perfeito para se ter um romance perfeito! – Lilian disse sorrindo.

- E é verdade, lá também é ótimo para fazer compras – Disse retribuindo o sorriso.

- E parece que essa viagem fez muito bem a você! É impressão minha ou você esta com a pele mais pálida e delicada? Seus cabelos estão mais longos e fortes... – Ela disse me analisando.

A transformação em anjo das sombras me proporcionara sim cabelos fortes e longos, pele delicada e pálida.

- Sim, eu fiquei assim com os hidratantes de pele que vendem lá. Como eu disse: O lugar perfeito para comprar! – Disse.

Olhei para Pam, ela abriu um sorriso para mim. Me senti culpada por não poder contar a verdade sobre mim, mas retribui o sorriso.

- E vocês? – Perguntei – Me contem as novidades!

- Me conta você ‘’A Novidade’’ – Kelly abafou um risinho.

- Kelly! – Lilian alertou – Você disse que não ia perguntar.

- Como assim? – Eu perguntei confusa.

- É o que todos querem saber: Você e o Dimitre! – Pam me explicou.

- Ah – Corei levemente – Estamos namorando, e só.

- E só? – Kelly perguntou perplexa – Você é a garota mais popular da escola, Kath!

- É sim, na aula de matemática a Amélia uma das editoras do jornal da escola, deixou escapar que você estava super popular desde que voltou para o colégio – Lilian disse apoiando o queixo na mão.

- Você é a fofoca do momento – Kelly me deu uma piscadela.

- Vocês sabem que eu não gosto de ser... Bom, de ser ‘’a fofoca do momento’’ e nem a ‘’super popular’’ – Disse sorrindo envergonhada.

- Ah vai! – Pamela disse me cutucando – O que você tem a perder?

- Então, vamos sair para comemorar o nosso grupo reunido de novo hoje? – Lilian perguntou animadíssima.

- Vamos! Que tal festa do pijama no final de semana? – Rose sugeriu pensativa.

- Pode ser – Pam disse.

- Eu vou buscar todo mundo ás oito horas da noite de sábado então? – Kelly disse, ela era a única do grupo que tinha carteira de motorista – Ah, e Kath, não leve companhia. É noite das M-E-N-I-N-A-S.

Todos caíram na risada, eu dei um risinho constrangido. Olhei para o final do corredor amontoado pelos alunos, um garoto de cabelos arrepiados pretos, de olheiras profundas e de pele pálida me fitou.

Droga! Não podia ser! Eu estava vendo um fantasma bem no colégio. Minha risada constrangida se transformou em um tipo de torce rouca.

- Kath? – Lilian disse parando de rir e olhando para o fim do corredor – O que foi?

- N-nada... – Eu tentei disfarçar meu choque, o fantasma de aproximava cada vez mais.

E derrepente ele apontou para o meu lado, onde Rose estava. Eu fiquei paralisada. Todas essas almas são malucas assim? Depois ele sumiu, inesperadamente.

- Então, as oito? – Perguntei com um sorriso nervoso.

- Sim! – Kelly disse animada e começou a discutir com Pam, Rose e Lilian sobre com que roupa iria sair hoje.

- Vou indo gente – Eu disse – Nos encontramos mais tarde.

- Tchau, K. – Lilian, Rose, Kelly e Pam disseram em uníssono.

Andei até o carro de Dimitre. Ele, Sam, Becca e Meredith estavam lá.

- Desculpem gente, fui falar com minhas amigas – Sorri entrando no carro.

- Relaxa, chegamos agora – Dimitre disse sorrindo despreocupado.

Capitulo 2

Aquela tarde estava particularmente bonita, a não ser por uma coisa: Minha dor de cabeça anormal. Começou leve quando cheguei a minha casa, o que me fez pensar que era fome, mas logo depois de comer dois pratos de lasanha tive certeza que não era fome.

Fui para o meu quarto sem dizer o que me incomodava, e fiquei lá por um tempão. Até que Shami chegou preocupada.

- É serio! – Repeti para ela, que não parava de perguntar qual era o problema – Eu só estou com dor de cabeça.

- Ok! – Shami disse pensativa - E então, como foi o primeiro dia de aula?

- Até que foi bom... – Disse mordendo os lábios para não gritar com a agonia que a dor de cabeça me causava.

A porta abriu com um estrépito enorme, uma rajada de frio me envolveu fazendo-me pular de susto: Uma adolescente de longos cabelos ruivos, olhos verdes penetrantes, com um vestido tão branco quanto a pele entrou.

Mas não foi a beleza dela que me chocou: Ela tinha asas perfeitas e brancas, com plumagens tão esbranquiçadas.

Se Shami não tivesse pulado de susto também, eu poderia achar que aquela imagem lúcida era apenas um fantasma que eu havia visto.

- Katherine Walker – Ela falou com sua voz doce, sorrindo presunçosa.

- Corra Kath! Corra, corra, já! – Shami alertou-me com os olhos arregalados.

Olhei para a janela, não deu tempo para pensar. Agarrei Shami pelo braço, e com impulso me joguei contra o vidro. Senti-me caindo, e Shami ao meu lado. Derrepente as minhas asas oscilantes se alargaram, me salvando de uma morte humilhante para quem escapara tantas vezes da morte.

- Por pouco – Shami gaguejou.

Aterrissamos no fundo da casa, de vista para o enorme e antigo jardim da minha mãe.

- Quem era ela? – Eu perguntei. Depois reparei no que Shami estava fitando com pavor: Uma multidão de anjos com penas oscilantes e brancas estavam na rua vazia – Recapitulando a pergunta: Quem são eles?

- Anjos do bem... – Ela falou depois deu um muxoxo – Do bem! Há, acho que eles vão ter que mudar o nome deles, hein.

A nossa sorte era que estávamos bem escondidas, se não iríamos morrer ali mesmo. Ela correu me puxando, para dentro da casa.

Eu não acreditei no que via: O corpo de Sam, sem vida no chão. Vários corpos de anjos do bem estavam ao seu lado imóveis. Ao lado deles, em pé: Dimitre, Cassie, Alex, Becca e Meredith estavam de frente para a garota ruiva que eu vira no meu quarto.

- Junte-se á nos anjo das sombras - A garota ruiva disse misteriosamente.

- O Sam... – Eu gaguejei olhando para a expressão de dor no rosto de Dimitre, Becca, Alex, Shami e Cassie.

- Ah, fala deste anjo? – A garota ruiva andou até o corpo de Sam, abaixando para examiná-lo.

- Não chegue perto dele! – Alex rosnou.

- Você, e que exército irá me impedir? – Ela disse com um sorriso debochado no rosto.

- Porque esta aqui? – Perguntei tentando parecer firme e calma.

- Quero conversar com você – Ela me disse.

- E para isso precisava destruir metade da minha casa, matar meu amigo, trazer um batalhão para minha rua e enfrentar-me? – Perguntei tremendo de raiva.

- Fazer o que, querida – Ela sorriu – Gosto de chegar com classe.

- Cadela! – Becca disse. Ela estava ao lado do corpo de Sam, a beira das lagrimas.

- Fale-me a verdadeira causa por ter vindo aqui – Disse respirando fundo.

- Podemos ir á um lugar, sem estes anjos sujos aqui? – Ela me perguntou olhando para meus amigos.

- Cale a boca! – Eu disse me descontrolando – Você acha que pode vir aqui e mandar em tudo, só porque é um anjo do bem repugnante?

- Você acha – Ela começou me fitando, com olhos sérios e expressão ameaçadoramente calma – Que pode me insultar só porque acha que eu nunca fiz nada á você?

- E nunca fez mesmo, a não ser, que se refira aos seus anjinhos que nos atacaram na escola – Refleti irritada.

- Então, quem você acha que mandou matar sua queridinha mamãe? – Ela rosnou – Eu sempre estive agindo, mas ao contrario do idiota Paul, eu prefiro agir escondida. Menos riscos e mais lucros.

Minhas pernas vacilaram, fiquei sem falas a raiva subiu. Como se lesse meu pensamento, Dimitre me pegou pelos braços, me impedindo de atacá-la.

- Me solta – Rosnei para ele, mas ele era forte demais.